quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Essa é a Minha Vez - Viagens e Conexões

25 de fevereiro, Planeta Terra, Brasil.


Estou muito feliz com as descobertas que tenho feito por aqui. 
Há umas semanas fiquei sabendo de um projeto que compartilha através de um filme, histórias de meninas adolescentes que resolveram embarcar na aventura de descobrir o que é ser menina e qual é a força que isso implica. 

E eu, como adoro ouvir histórias, e como tenho pensado muito sobre isso desde que cheguei aqui na Terra, resolvi entrar na minha nave e ir conhecer essas meninas.


Nome do filme: “Essa é minha vez”.

Começou com o barulho do mar e com os nomes das meninas: Mariana, Suellen, Luiza, Letícia, Gabriela, Luanny, Líbia, Luana e Irlane, cada uma delas mora em um lugar diferente do Brasil.
Elas participam de um projeto organizado pela ong Plan International que ajuda as meninas a descobrirem suas habilidades e as possibilidades que todas têm de serem o que desejarem.
Essas meninas se conheceram numa conexão entre os estados brasileiros, ficaram amigas e duas delas se uniram numa missão muito especial: viajar para outro país e dizer o que as meninas brasileiras pensam e querem para as suas vidas.


As meninas brasileiras, quenianas, paquistanesas e filipinas.
"Vamos acabar com", "Extrema Pobreza", "Nessa Geração", "O Tempo é Agora".

    Elas participaram de uma conferência das Nações Unidas (ONU) que é uma reunião com pessoas de vários países para conversarem sobre seus problemas e tentarem achar soluções.
 Nesta reunião importante o destaque foi para a fala de uma menina chamada Malala Yousafzai, essa menina ficou muito conhecida por lutar para que as meninas do seu país pudessem ir à escola.
 Voltando para o Brasil agora essas meninas estão se unindo às suas amigas para contarem tudo que viram e aprenderam durantes suas viagens e conexões.
Fiquei muito contente em ter ouvido essas histórias porque me fizeram pensar que nós meninas podemos fazer coisas muito especiais e transformadoras se soubermos do valor que temos e se nos unirmos. Essa é uma das coisas mais legais que aprendi desde os meus primeiros momentos na Terra.
Se vocês ficaram curiosas como eu pra saber quem são essas meninas, o que é ONU e quem é a Malala podem olhar aqui:


ONU: http://www.dgpj.mj.pt/sections/relacoes-internacionais/anexosorgint2/o-que-e-a-onu/

Malala: http://www.ikmr.org.br/malala-yousafzai-biografia/
 http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,malala-faz-discurso-na-onu-em-defesa-da-educacao,1052824

Que vocês fiquem tão animadas quanto eu em chamar as amigas pra pensar e criar coisas bonitas! 
Até nosso próximo encontro :)

"Menina para Presidente".

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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Querido diário (de bordo) *ü_ü*: primeiras escritas



21 de janeiro de 2016, planeta Terra

Querido diário de bordo, hoje estou estreando você ^_^ 

Quando eu menos esperava, uma ideia brilhou no meu pensamento na velocidade da luz, como se fosse uma lâmpada se acendendo dentro da minha cabeça! 
Isso aconteceu depois de uma descoberta incrível que fiz hoje! 
Me contaram que um dos primeiros contatos que as garotas na Terra têm com uma escrita criativa acontece com um diário. 
Diário é um lugar cheio de folhas em branco, onde podemos passar horas sem nos dar conta, lá podemos compartilhar nossas sensações, sentimentos, poemas, pensamentos, papéis de bala e ingressos, descobertas & segredos. Neste espaço somos livres pra criar coisas todos os dias, diariamente =D




E qualquer caderninho pode virar um diário, você pode personalizar ele pra ficar do seu jeito ;)
Escrever aquilo que vive dentro da gente é uma forma de aliviar nosso coração, que às vezes parece ficar pesado com tanta coisa que a gente não entende porque está ali, mas temos que carregar mesmo assim. 
Quando a gente põe as coisas no papel, elas ganham outro sentido, é uma forma de organizar nossos pensamentos e dependendo da fertilidade da ideia, pode até ganhar pernas. Mas o diário é principalmente um confidente, pra quem você pode desabafar tudo aquilo que não pode/quer falar.
E eu descobri também que, muitas escritoras grandiosas começaram a escrever poemas e contos através dos diários.



Então, eu aproveitei para criar este diário para colar essas imagens lindas da Sabine Timm, uma artista muito criativa que esbarrei pela internet, e contar minhas aventuras e impressões de viagem e colocar tudo aquilo que não consigo expressar falando,
Já estou adorando a ideia, escrever é uma ótima forma de criar outros mundos...

Até a próxima diário, obrigada pela companhia *ü_ü*




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sábado, 9 de janeiro de 2016

Conhecendo as minas magas dos quadrinhos #1


Ontem eu falei sobre fazer seu próprio quadrinho, fiquei viajando e pensando o que poderia criar, daí resolvi procurar quadrinistas pra me inspirar, mas nessas eu descobri que a maioria dos quadrinistas famosos e que são publicados são homens! Achei isso tão louco e absurdo que resolvi avançar na minha busca e procurar quadrinistas mulheres,  pois representatividade, ou seja, a gente se ver naquilo que lê e gosta, é algo que importa e muito. E assim a gente não limita nosso universo. Encontrei então um monte de garotas incríveis, vamos conhecer algumas delas? 


Extraterrestre

Essa é a Ana Terra, gostei muito do trampo dessa garota, ela não se prende a uma técnica de desenho e suas personagens são muito divertidas, e mega me identifiquei pois * assim como eu * ela está de passagem pela Terra, descobrindo e se espantando com muitas coisas por aqui (na real acho que tod@s nós).

curte a página dela e conheça + 
https://www.facebook.com/extr4terrestre





























Carol Rossetti

A Carol é uma moça incrível, "desenhista, ilustradora, artista, feminista e amante de chocolate, não necessariamente nessa ordem", é como ela mesma se define. Mas eu digo mais, a Carol empodera muitas meninas e mulheres com seus quadrinhos, eles trazem mensagens inspiradas em situações reais cheias de empatia e que situam ~certas pessoas~ que dizem besteiras cheias de preconceito sem pensar. No seu novo projeto "Cores", ela disponibiliza quadrinhos pra colorir, ela pede pra gente colorir e compartilhar com a hashtag #minhascores 

curte a página dela e conheça +
https://www.facebook.com/carolrossettidesign/























Luiza de Souza

Queria ser miga da Luiza <3 sério, curti muito suas ilustras cheias de personalidade e sem papas na língua. Ela lançou um zine recentemente e tá super envolvida com a cena cultural jovem de Natal (Rio Grande do Norte). 

curte a página dela e conheça +
https://www.facebook.com/ilustralu/



 









SHOSH

Além de muito estilosa, a SHOSH, ou Suzana, faz tirinhas incríveis com um estilo também muito próprio, muitas delas retratam com lindas metáforas nossas angústias e piras profundas. Ela é super ativa no meio de publicações independentes e criou o grupo Selfless portraits das minas no Facebook, onde as minas se retratam umas as outras, só amor <3 .

curte a página dela e conheça +
https://www.facebook.com/shoshanamaria/







Manzanna

As tirinhas e ilustras da Manzanna são mega filosóficas, na sua personagem reconhecemos nossas fragilidades, crises criativas e todas as tramas e tretas da vida. Ela também tá super envolvida com a cena de publicações independentes -assim como todas a sminas aqui citadas - fiquei bem fã dela e de seu traço.

curte a página dela pra conhecer +
https://www.facebook.com/manzannna/





Pois bem, migas, essa é minha busca até agora. Muitas quadrinistas e ilustradoras muito talentosas, com estilos muito diferentes pra vocês se inspirarem e fazerem muitos quadrinhos e tirinhas nessas férias. Logo tem mais porque tem todo um universo de moças criadoras pra gente explorar...
Até nosso próximo contato! Beijos intergaláticos :******


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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Não espere nada acontecer para fazer seus Quadrinhos

Alô, alô, povo da Terra!
Primeira publicação do ano de 2016... Já estava com saudades de escrever pra vocês!






Em 2015 conheci muita coisa visitando o Planeta Terra, e uma delas que eu mais amei foram as HISTÓRIAS EM QUADRINHOS. Me identifiquei demais com uma personagem que se chama Mafalda, que assim como eu tem uns cabelos muito legais, haha!




Hoje venho compartilhar com vocês um texto INCRÍVEL do Gabriel Bá, que é um escritor de histórias em quadrinhos muito legal. Ele geralmente faz seus quadrinhos com seu irmão, Fábio Moon, e dá super certo. Daí ele escreveu esse pequeno texto falando para quem está começando a fazer seus próprios quadrinhos. 

Já pensou em fazer os seus?

Eu pensei! Fiquei super animada com a ideia, e logo vim contar pra vocês. Então lá vai:


Não espere nada acontecer para fazer seus Quadrinhos

por Gabriel Bá



Não espere nada acontecer para fazer seus Quadrinhos. 
- Não sabe desenhar, ache um amigo que saiba ou faça com seu desenho tosco mesmo. Será seu registro, seu momento. Todo mundo começa em algum lugar, precisa sair do lugar.
- Não sabe por onde começar? Comece copiando as HQs que você gosta. Que tipo de histórias você gosta? Faça histórias parecidas. Tente desenhar como seu desenhista preferido. Aprenda olhando o trabalho dos outros.
- Leia muito, um pouco de tudo, todos os gêneros. Estude, se aprofunde, abra seu horizonte.
- Desenhe muito, de observação, modelo vivo, usando materiais diferentes pra descobrir o que funciona melhor pra você. Busque seu estilo, ele não nasce do nada, mas vem com o tempo. Estude, procure saber o que outros artistas usam, como fazem. 
- Não precisa de lugar pra publicar. Faça sua HQ. Coloque na internet, faça um fanzine. Não espere ser publicado, esse não é o objetivo. Existe fazer e ser lido, não importa como ou quando. Se não fizer, nada mais poderá acontecer.
- Não queira vender ideias. Faça histórias, conte suas ideias. Sua HQ é a melhor maneira de mostrar sua ideia.
- E, mais uma vez, não espere nada pra fazer seus Quadrinhos. 
Faça enquanto está no processo acima, em aprendizado (que vai durar a vida toda).
Nada é desculpa para não fazer. Se já foi feito, faça de novo. Faça melhor, faça pior. 
Se não foi feito, invente. 

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terça-feira, 10 de novembro de 2015

Conectadas: troca de ideias com a artista visual Nádja Kristhina! :3 =^^=


Nádja Kristhina, artista visual de Manaus, contou pra nós o que a inspira e dá dicas de como começar seu próprio trabalho como artista! 

Tá curiosa? Chega mais!


Quem deu um rolê na nossa nave dessa vez foi Nádja Kristhina, 24 anos, que é uma artista muito daora de Manaus e que achamos que vocês também iam curtir. Suas pinturas retraram na maioria das vezes menininhas cheias de personalidade, com muita diversidade e estilo, e também gosta de misturar frases e palavras, sua arte tem muita influência do Pop Surrealismo. Nádja nasceu em Recife/PE, onde morou por 3 anos, e depois foi morar no Rio de Janeiro, onde cresceu, e teve seu primeiro contato com as Artes Visuais. Em 2010 mudou-se para Manaus/AM, onde atualmente vive e estuda Artes Visuais na Universidade Federal do Amazonas (UFAM).



Marciana: Qual foi o seu primeiro contato com as Artes Visuais?

NÁDJA: Acho que o meu primeiro contato foi na faculdade mesmo, quando eu entrei na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). E aí eu comecei a trabalhar e todo dia viver com arte. Antes disso eu não tinha ido a uma galeria, nem a uma exposição, nem nada. Foi a partir daí mesmo que a minha vida começou, eu tinha 17 anos, e foi com 17 anos que eu comecei a desenhar.

Marciana: E você fazia o que na UFRJ?

NÁDJA: Eu fazia Artes Visuais com habilidade em Desenho Técnico.

Marciana: E o que fez você escolher este curso?

NÁDJA:Eu gosto muito de Geometria. Eu gosto de Matemática, mas da parte da Geometria. E gosto de Artes! E eu queria fazer esse curso porque eu achava que Desenho Técnico era uma coisa incrível. (risos)

Marciana: E você saiu um pouco dessa linha do Desenho Técnico, né? Agora você trabalha mais com desenhos de menininhas... Você pode falar um pouco sobre isso com a gente? Como surgiu essa inspiração, e quando você começou a desenhá-las?


NÁDJA: Isso começou tudo em 2013, quando eu queria começar a fazer meus trabalhos da UFAM, tudo o que eu fazia era pra UFAM, tudo o que eu fazia era exercício, era porque o professor pediu... Então eu queria começar a fazer uma linha só minha. Descobrir minha identidade, descobrir o meu “eu”. E aí nessa época eu tava super pobre, não tinha material, não tinha dinheiro pra comprar tela, nem pra comprar nada. Mas eu tinha algumas tintas em casa.... E comecei a aproveitar pedaços de madeira e pintar coisas que eu sentia vontade e achava bonito, que era tipo menininhas fazendo coisas.. E comecei a querer vender essa arte, expor...


Consegui expor logo no primeiro ano que eu descobri a minha identidade. Foi muito bom pra mim. As pessoas me elogiavam, gostavam, e isso me motivava. E por isso estou fazendo até hoje, e estou gostando bastante...

Marciana: E você já participou de muitas exposições? Já teve exposições individuais?

NÁDJA: Eu nunca tive uma individual. Acho que no máximo foi em dupla. Eu fiz uma exposição com a Samatha Karlia no ArteFato [casa de shows de Manaus], na época da Copa [do Mundo, em 2014], foi muito legal, muita gente foi lá. Depois disso a gente deu entrevista pra TV, entrevista pro jornal, saiu no jornal, foi super legal.
Durante a minha vida eu fiz 10 exposições. Nenhuma delas foi individual, mas acho que essa com a Samantha pra foi a mais especial pra mim, porque deu pra ver que as pessoas estavam gostando.



Marciana: E o que te motiva? O que te inspira?

NÁDJA: Um estilo novo da Califórnia, eu acho, chamado Pop Surrealismo. Eu acho tudo muito lindo. Só colocar essa palavra na internet e vai aparecer pinturas lindas, coisas doidas, coisas fofas, que ao mesmo tempo são bizarras, ou assustadoras, e eu gosto muito desse estilo, e eu acho que é esse estilo que me inspira.








Marciana: E existem mulheres que te inspiram?

NÁDJA: No ano passado eu comecei a descobrir mais sobre Feminismo. Conheci uma menina que foi muito especial pra mim porque ela me ensinou várias coisas sobre o Feminismo, que foi a Ana Pas, a Kato, que também é uma artista de Manaus, e ela me ensinou varias coisas. Eu, de verdade, depois de conhecer essas coisas mudei bastante. E mudei algumas coisas que eu fazia também, em relação à arte.
Mudou que eu me sinto mais poderosa. Eu sinto que eu posso fazer tudo. Pra mim essa mulher que me inspirou foi essa minha amiga, diretamente, porque a partir dela eu conheci meninas do Brasil inteiro e elas me ensinaram muitas coisas, e foram muito legais comigo, e o Feminismo agora está presente na minha vida.

Marciana: E que conselho você daria pras meninas que tem vontade de pintar também, tem vontade de ser artista? Como começar? Que dica você daria?

NÁDJA: Eu acho que tem que se jogar mesmo. Tipo... quer fazer? A arte não é essa coisa de dom, não. Arte é exercício. É só você exercitar, exercitar muitas vezes, que quando você tiver gostando da sua arte, as outras pessoas também vão gostar, porque ela vai estar legal.


O que as pessoas deveriam fazer... Por exemplo: a primeira vez que eu expus o tipo de trabalho que eu faço hoje em dia, eu peguei um trabalho, fui no lugar, e falei pra pessoa: “eu queria expor aqui nesse lugar”, e mostrei a pintura. E ele falou: “mês que vem”. (Risos) E eu fiquei super feliz! Então... se joga! Não tem vergonha, pega seu trabalho, mostra, sai por aí... Que dá certo!



Gostou?

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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Conectadas com Regina Azevedo: poesia e empoderamento, jovens escritoras dão a letra

Inaugurando nosso quadro de entrevistas com meninas e mulheres inspiradoras, começamos nossa conexão muito bem acompanhadas. Trocamos umas ideias com a Regina Azevedo. Ela tem 15 anos e já é uma grande revelação da literatura brasileira, mas também gosta de fazer muitas outras coisas. É de Natal, no Rio Grande do Norte. Criou o coletivo, Iapois, poesia!, que se tornou um dos coletivos culturais mais atuantes de NatalLançou Candura, um conto em formato e-book e seu primeiro livro de poesia Das vezes que morri em você em 2013, pela editora Jovens Escribas. Em 2014, lançou os zines Carne viva o amor estanca com ilustrações de Luiza de Souza, pela ed. Tribo, e O amor é simples, em parceria com Victor H., de forma independente. Por isso eu amo em azul intenso é seu livro mais recente, de 2015. Escreve também em reginazvdo.tumblr.com . Cheia de energia e criatividade, essa garota não só promete, como faz (e acontece) muito pela cena cultural jovem atual. Façam parte dessa conexão também, conheçam um pouco e busquem mais e mais, leiam seus poemas, zines e livros!




Foto: Catarina Santos e Silvia Macedo

Marciana: Como foi seu primeiro contato com a literatura, Regina?

Regina Azevedo: Na escola, como muitas crianças. Fui apresentada aos grandes contos de fada, mas sempre fui alucinada mesmo em folclore, coisas de cultura popular... No meu relatório do primeiro ano, a professora escreveu que eu era ''claramente apaixonada por Luiz Gonzaga'' e amava dançar e cantar o tempo inteiro. Por isso digo que, na verdade, fui mais incentivada a gostar de artes no geral do que em literatura. O programa de família sempre era teatro, parque, show, cinema...

MarcianaDesde quando você escreve? Como começou, o que a impulsionou e quando se sentiu capaz?


Regina: Desde os 12 anos, pelo que me lembro. Eu lia muitas coisas na internet (no tumblr) de gente nova como eu, gente desconhecida... E também lia muito e de tudo. Considero que realmente me apaixonei pelos livros numa viagem da escola, quando comprei dois livros: ''Cartas na rua'', do Bukowski e ''Morangos Mofados'', do Caio Fernando. Lembro muito de ficar deitada na cama, no hotel, tarde da noite, com os olhos arregalados ao descobrir escrito ''boceta'' (na escola, falavam ''buceta'', então era assim que eu conhecia, risos). Isso de saber que existe literatura viva, próxima da gente, de gente não-famosa ou pelo menos de gente famosa que é gente-como-a-gente me deixou muito confiante de que queria e podia escrever também. O ápice do ''eu posso'' foi ainda em 2012, quando conheci o poeta Daniel Minchoni. Fiquei doida pelos saraus e slams (competição de poesia falada) que ele fazia em São Paulo e quis trazer aquilo pra Natal também. Foi aí que criei o grupo ''Iapois Poesia'' e nunca mais parei de pensar em poesia.

Marciana: O que você gosta de escrever?

Regina: Ah, poesia.... Se me perguntarem digo que escrevo muita coisa, já que sou colaboradora dO Chaplin e lá entrevisto gente, faço cobertura de eventos, escrevo artigos... Mas minha praia é poesia.



Marciana: Quais os desafios que encontra por ser mulher e jovem escritora?


Regina: Escrevo muito sobre sexo nos poemas. É um assunto absolutamente normal e não há motivo pra ser excluído, tanto em conversas diárias (entre família, entre amigos, entre quem quer que queira, por que não?)  quanto na arte, na literatura. E aí as pessoas se incomodam com isso. Porque sou nova demais e porque sou menina. Mas aí também tenho pouca paciência. Tenho certeza que quem se incomoda com isso é que precisa de um xarope de amor, risos, um ''shake de amor'', como diz aquela música. 

Marciana: Você já tem dois livros publicados, não é mesmo? (Entre zines e outras publicações). Conta pra gente como foi ser publicada e como aconteceu essa possibilidade.

Regina: A minha primeira publicação foi uma experiência incrível. Como eu tinha 13 anos, ser publicada por uma editora legal como a Jovens Escribas e ser acolhida por todos os autores foi muito importante pra mim. Foi a partir disso que percebi que era capaz de produzir e fazer arte. A possibilidade de publicar pela editora surgiu através de contato direto com os autores e com o próprio editor, Carlos Fialho, que desde o início me incentivaram e orientaram.


Foto: Alberto Medeiros


Marciana: O que te faz se sentir empoderada? E oque pensa sobre o feminismo?

Regina: Feminismo pra mim é luta diária. Sofro com machismo diariamente e pra mim é impossível não lutar contra isso. Já vivi momentos de chorar abraçada com minhas amigas, todas nós lembrando de ter passado pelas mesmas agressões. É muito triste isso. Eu tenho um lado inocente fortíssimo, então às vezes to andando na rua pensando num desenho, cantando uma música engraçada, rindo, feliz, e vejo um carro desacelerar, o motorista para, coloca a cabeça pra fora e manda beijinho. Aí meu coração dispara e não tem mais música que salve. Tá vendo? Não sou eu com 15 anos escrevendo poemas sobre sexo que acaba com minha infância, com a família ou a felicidade de alguém. São coisas como essa.



Marciana: Como anda a produção de outras garotas jovens?

Regina: Ah, inacreditável... Tudo lindo demais. Esse ano decidi organizar um fanzine de poesia e ilustração com temática feminista e na hora de escolher as autoras foi bem complicado. Muita menina na área, todas talentosíssimas. Por isso que não entendo esses festivais de literatura, a maior parte deles, que tem mesas com quatro homens e só uma mulher palestrado. Como assim, né?!



Marciana: Você pode nos recomendar algumas dessas autoras?

Regina: O que mais leio e escuto é a galera contemporânea, grande parte mulheres. Pra citar só as ~ muito jovens~ de Natal, por exemplo, tem Luiza de Souza, que é quadrinista, Bárbara de Medeiros, que já publicou dois livros de crônicas/contos/poesia, Monalisa Silvério e Carol Vasconcelos. Já da galera que é mais da minha área, as poetas, tem Olga Hawes e Silvia Macedo, ambas muito talentosas. 

                             

Marciana: Quais são os projetos que participa?



Regina: Sou colaboradora do site ochaplin.com e coordeno um selo de fanzines por lá também. Tem o Iapois... Faço muitos projetos independentes também, curto muito produzir assim. Ainda esse ano lanço um zine independente só com poemas de amor, super brega, com meu amigo e também poeta Felipe Bustamante. Pretendo lançar ano que vem, ou até o primeiro semestre de 2017, um livro chamado ''Adolfo gordo'', que vai ser totalmente direcionado ao público infantil. É uma história de um menino que sofre bullying na escola por ser gay. Fala, na verdade, do quanto o amor é grandioso e importante pra todo 
mundo. 

 



Regina na infância/Arquivo pessoal

Marciana: O que mais você gosta de fazer além de escrever?




Regina: Sou louca em exercício. Pilates, corrida, funcional... Amo. Também adoro ir em show, dançar esquisito...




              
                                         
Marciana: Que recado gostaria de deixar pras leitoras da Marciana?


Regina: Leitoras da Marciana, esse site tem uma proposta muito bacana e é de grande importância. Espero que vocês aproveitem o espaço e opinem também.






























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